
E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém! Mateus 6: 13
O versículo acima, à primeira vista, deixa uma interrogação na mente de muitas pessoas por uma mera questão de interpretação rasa do texto, sem uma exegese mais atenta.
Já vi interpretações da frase “mas livra-nos do mal”, como uma oração genérica, referindo-se aos males gerais da vida, como por exemplo, acidentes naturais, doenças físicas, acidentes causados pelas intempéries da própria natureza e motivos afins.
Na realidade se assim o fosse, a mesma não faria sentido e estaria totalmente fora do contexto, considerando-se a frase anterior (e não nos induza à tentação) e a posterior (porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre) à citada.
Então qual é o mal que o Senhor Jesus nos orientou a orar pedindo livramento?
Fica claro e evidente que, o Senhor referia-se aqui ao mal original, da tentação de se querer ser superior ou ter mais do que está estabelecido pela vontade de Deus, referia-se ao ato maligno de Lúcifer ainda no céu, afinal de contas, a raiz de todos os males, o que fez com ele se tornasse em satanás e por isso mesmo lançado de lá precipitadamente, levando consigo uma terça parte dos anjos que o acompanharam em sua sandice, originando assim a primeira rebelião, racha ou divisão que se tem na história.
Isto quer dizer que, todas as vezes que queremos ser além do que o que somos, queremos tirar algo de alguém, denegrindo, manipulando, fazendo proselitismo das nossas idéias em detrimento de outrem, motivados simplesmente pelo nosso anseio do poder e de ser maior, estamos utilizando-nos do mesmo princípio de satanás, atitude esta reprovada pelo Senhor, pois isso é o princípio original de todo pecado e desgraça humana.
Vejamos que todos os problemas que temos na família, no mundo secular e mesmo na Igreja, se analisarmos profundamente, chegaremos inevitavelmente a uma luta por poder, seja de caráter financeiro, por mando ou comando, por problemas de ordem sentimental ou similares. Por esse motivo, acontecem os maiores rachas e divisões, de famílias, grupos sociais, empresariais ou políticos, reinos e até Igrejas e Ministérios.
No caso da Igreja a miséria é muito maior, pois diz a Bíblia Sagrada:
Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mateus 16: 18
Como lutaremos contra o inimigo, se utilizamo-nos dos seus princípios, bem como de suas próprias armas de guerra?
As justificativas são sempre as mesmas: a injustiça, o erro dos outros, o tempo do outro que já acabara e o meu direito que é maior. Tenho a impressão que nessa linha de pensamento, o erro dos outros nos dá também o direito de errar.
Não é o que a Bíblia diz, senão vejamos:
E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Gálatas 6:9
O SENHOR trouxe a nossa justiça à luz; vinde e contemos em Sião a obra do SENHOR, nosso Deus. Jeremias 51: 10
Com coisas tremendas de justiça nos responderás, ó Deus da nossa salvação; tu és a esperança de todas as extremidades da terra e daqueles que estão longe sobre o mar; Salmos 65:5
Não há razão nem motivo para agirmos errado, mesmo que seja em nossa própria defesa. Toda vez que a única forma de nos defendermos for tomar atitudes contrárias à Palavra de Deus, deveremos sofrer o dano e confiarmos na JUSTIÇA DE DEUS.
Analisemos a orientação do Apóstolo Paulo aos Coríntios que viviam se digladiando dentro da Igreja:
Na verdade, é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano? 1 Coríntios 6:7
Davi ungido rei por vontade soberana do Senhor, sabendo que Saul já estava fora da vontade de Deus e procurando tirar-lhe a vida, não ousou fazer o mesmo, ainda que estivesse em total e confortável situação para isso fazer, e do ponto de vista humano com razão para assim agir.
E disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do SENHOR, estendendo eu a minha mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR. 1 Samuel 24:6
Creio que quando assim agimos, perdemos legitimidade e autoridade para lutarmos contra satanás, pois abandonamos os princípios do Senhor e adotamos os princípios dele para nossa vida. Nesse caso, nos vendemos em troca dos seus princípios e, portanto, passamos a ser aliados dele nessa guerra espiritual.
QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA DE NÓS!
Por isso, quantas orações não respondidas, quantos milagres aguardados que nunca acontecem, quantos trabalhos emperrados que não saem do lugar? Aí surge a segunda tentação do poder, “criar movimentos fictícios do espírito” que na verdade não tem nada do Espírito Santo, mas assim o fazem na tentativa de juntar multidões, criando ambiente propício para mídia, e para tanto até inventam milagres, verdadeiros estelionatos espirituais, adentrando também no campo das heresias, cumprindo aí a Palavra de Deus que diz:
Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim. Salmos 42:7.
Termino aqui com a oração inicial:
E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém! Mateus 6: 13
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